«Quanto tempo é preciso para alguém ser importante na vida de outro?
Um só encontro é o suficiente?
Seis meses? Uma década?
Shakespeare disse que escreveu para ser imortal.
Os escritores esperam que a escrita os possa manter vivos.
Mas os livros podem perder-se.
As palavras podem ser apagadas, as histórias mudadas.
Com todas essas variáveis, a funcionar contra si...
... Como é que se pode saber se causou algum impacto?»
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«A vida seria tão boa se pudéssemos congelar alguns momentos no tempo.
O tempo em que estávamos felizes.
Quando sabíamos que éramos amados.
Mas não podemos.
E assim, em vez disso, damos por nós a seguir pegadas que podem ser apagadas pela chuva.
Lutamos para lembrar das nossas ligações, mesmo quando o tempo passa uma esponja no nosso passado.
E esforçamo-nos para fazer novas ligações com esperança de que o tempo seja condescendente connosco.
Quando a comunicação falha...
... as palavras ficam.
Prova que estivemos aqui, que fomos importantes, que alguém se importou connosco.
No final...
...o passado pode ser só o que temos.»
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As perguntas fazem sentido, mas as respostas podem ficar no ar.
Tudo, sempre, depende de cada um. Daquilo que é ou não importante para nós.
Será que sabemos sempre para quem fomos e somos importantes? Agora.
Será que dizemos a quem nos é importante, a importância que têm na nossa vida?
Certamente que algumas coisas vão escapando. À medida que o tempo nos escorre entre os dedos, entre um abrir e fechar de olhos, entre o atravessar de uma passadeira, entre uns minutos de chuva e ventania, enquando dormimos e sonhamos, entre casa e o trabalho, entre mil e uma coisas para fazer, enquanto...
... enquanto vivemos.
E por isso devemos congelar cá dentro aqueles momentos só nossos ou partilhados, que sabemos que queremos que durem até à Eternidade.
PS