«"No fim do dia, a experiência de praticar medicina pouco se assemelha ao sonho."
Vamos para medicina porque queremos salvar vidas.
Vamos para medicina porque queremos fazer o bem.
Vamos para medicina pela agitação, pela intensidade, pelo desempenho.
Mas o que nos lembramos no fim da maioria dos dias são as perdas.
O que nos mantém acordados são as lembranças da dor que causamos, os doentes que não curámos.
As vidas que arruinámos...
... ou não salvámos.
No fim do dia, a realidade não é como esperávamos.
No fim do dia, a realidade está, quae sempre, virada do avesso e de pernas para o ar.»
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«Às vezes, o mundo inteiro parece estar de pernas para o ar.
E depois, de forma improvável e quando menos esperamos, o mundo volta a endireitar-se.»
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Não tenho amigos ou familiares ou conhecidos na área da medicina, mas estes "episódios" reais acontecem em todas as profissões, numas mais do que outras.
Às vezes tenho verdadeiros dias de cão. E são de cão e não de gato, porque esses estão em minha casa à espera.
Situações profissionais umas vezes e noutras muitas coisas que não têm ligação nenhuma com aquilo que fazemos todos os dias. E o dia vai passando e correndo. Sobre rodas ou com furos.
Mas no fim do dia, no fim do dia todos queremos que o mundo volte ao lugar que desejamos...
... Quando colocamos a chave na porta, quando temos alguém à nossa espera, quando esse alguém pode ser o nosso animal de estimação, quando não está ninguém porque ainda não existe, quando ligamos a tv ou ouvimos um pouco de música, quando nos esticamos no sofá...
... Nem que seja no momento em que deitamos a cabeça na almofada.
PS
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