« - Como é que estás?
- Muito bem. Acredito no poder do pensamento positivo.
Fiz um pacto comigo mesma, Annie.
Vou aproveitar cada momento com o Jack, quando ele voltar.
Não o vou perder de vista.
Quando penso no tempo que perdi. É das coisas que me arrependo, a par de não o ter conhecido mais cedo e tê-lo deixado ir para o Mar de Bering.
- Não podes arrepender-te disso.
O Jack estava a fazer o que adorava.
Está a fazer o que adora. Seguir baleias era o trabalho de sonho dele.
- Sim, quem nos dera termos todos essa sorte, de descobrir o que nos apaixona e conseguir fazê-lo
(...)
- E o Jerome? Tem arrependimentos?
- Não. Não acredito nesse sentimento.»
___
«- Aquele filme era mesmo bom.
- Ainda bem que gostas-te.
- Deixou-me a pensar. Com o Jack... Morto e eu ser atingido por um raio e isso tudo.
Às vezes temos de parar e dar valor ao que temos, sabes?
- Sim, sei.
- Sou como o George Bailey. Tive uma segunda oportunidade e não quero arrepender-me de não fazer coisas que devia ter feito só porque tenho medo ou não me lembro como se fazem.
- Não devias ter medo, não tens nada a temer. Às vezes temos de experimentar.
- Pois, não sei. Pode esperar.
- Não, não pode esperar.
É essa a mensagem do filme. Viver a vida. Devias fazê-lo em honra do Jack.
- Tens razão, Annie. Obrigado.»
___
«Tempos houve em que ouvia música em cada sussurro das folhas.
- Não tem saudades?
- O passado é o passado. Não me agarro a ele.
Impede-nos de estarmos abertos ao futuro.
(...)
O amor tem uma forma estranha de nos aparecer novamente.
De certa forma é como uma sonata.
- Como assim?
- Cada sonata tem três movimentos.
Na primeira parte a melodia é nova, muitas vezes alegre.
Mas na segunda que estás a ouvir agora, torna-se sombria, obscura.
Nem sempre se consegue ouvir o tema.
Mas a terceira parte volta sempre ao início.
As coisas resolvem-se a elas próprias.
- Espero que tenhas razão.
Porque digo-lhe, esta parte sombria e obscura é lixada.»
___
«O arrependimento é uma coisa estranha.
Fazemos o nosso melhor para o evitarmos.
Mas às vezes são as coisas mais difíceis que nos ensinam mais.
O que me faz pensar que se tivessemos a oportunidade, quantos de nós faríamos as coisas de forma diferente?
Para alguns, é o arrependimento que nos ajuda a ultrapassar o medo e avançar para o futuro.
Para outros, é o que nos permite redescobrir o nosso passado.
No seu melhor, pode ser o catalisador de um novo começo.
Em que toda e qualquer coisa ainda é possível.»
___
Já me arrendi de muitas coisas na vida. É verdade.
E para muitas gostava de poder voltar atrás no passado. Para as fazer de maneira diferente.
Para viver de maneira diferente. Não posso. Não podemos. Essa é talvez uma das armadilhas existentes no nosso caminho. Onde podemos ficar presos algumas vezes.
Quanto a segundas oportunidades, acho que já me foram dadas três. E quando olho para trás até acredito que não me tenho saído muito mal.
Entretanto, continuo a tentar fazer melhor.
PS
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