«Algo acontece quando descobrem que somos médicos.
Param de nos ver como pessoas e começam a ver-nos como algo maior do que nós.
Têm de nos ver assim, como deuses.
Caso contrário, somos como toda a gente.
Inseguros, defeituosos, normais.
Armamo-nos em fortes, permanecemos estóicos.
Escondemos o facto de que somos demasiado humanos.»
___
«Os pacientes vêem-nos como Deuses.
Ou como Monstros.
Mas a verdade é que somos apenas pessoas.
Fazemos asneiras.
Perdemos o rumo.
Até os melhores de nós têm dias maus.
Mas continuamos.
Não nos fazemos valer de glórias passadas nem celebramos as vidas que já salvámos...
Porque há sempre outro doente que precisa da nossa ajuda.
Portanto, forçamo-nos a continuar a tentar, a continuar a aprender.
Na esperança de que...
Talvez...
Um dia...
Estejamos mais perto de sermos os deuses que os nossos doentes precisam que sejamos.»
___
É verdade. Queremos que sejam estes os Deuses que nos podem salvar a vida.
E por vezes estão tão distantes.
Porque afinal são apenas pessoas.
Porque afinal nós também.
Apenas mais uma no seu caminho.
Mas não é assim que queremos ser vistos.
E não é assim que os queremos ver também.
PS
Sem comentários:
Enviar um comentário